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ROBERT PARKER – SISTEMA DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE VINHOS

  • Foto do escritor: Luís Gustavo Bassani
    Luís Gustavo Bassani
  • 11 de nov.
  • 3 min de leitura
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Nascido em 1947, em Baltimore, EUA, aos 23 de abril de 1947, Robert M. Parker Jr. se formou em História, Direito e História da Arte. Atuou como advogado por 11 anos, até 1984, onde decide abandonar a banca e se dedicar integralmente aos vinhos, decisão essa que gerou duras críticas por parte de amigos e familiares, uma vez que crítico de vinhos parecia ser uma profissão “romântica e nem um pouco rentável”. Lembrando que em 2012 Parker vendeu sua participação majoritária da Revista The Wine Advocate por aproximadamente 15 milhões de dólares.

Foi em 1967, na Alsácia, que Parker começou a se interessar por vinhos, dando especial atenção à sua capacidade natural para identificar aromas e sabores e sua notável memória para, tempos depois, se recordar de cada vinho degustados e seus atributos organolépticos.

Em meados de 1975 criou o “guia independente para consumidores” começando a escrever artigos sobre vinhos, além de avalia-los. Nesse periodo começou também delinear um novo sistema de avaliação de vinhos, baseado em uma escala de 100 pontos, contrapondo-se ao sistema tradicional europeu de 20 pontos, o qual, para Parker, deixava os avaliadores  restritos em suas avaliações. Para ele, uma escala de 100 pontos criava uma maior margem avaliativa.

Criado em parceria com seu amigo Victor Morgenroth, o sistema de 100 pontos Parker considerava avaliações dos críticos de vinhos, até então, controversas ou exageradas, indicando haver conflito de interesses por, muitas vezes, terem alguma participação financeira nos vinhos que eram avaliados.

A ideia tomou forma de uma revista, chamada The Wine Advocate em 1978. Inicialmente Parker a enviou a diversos potenciais interessados, conseguindo, ao final daquele ano, 600 assinaturas. Hoje a revista conta mais de 50 mil assinaturas em 37 países.

A fama internacional se deu em 1982, onde Parker exaltou a safra de Bordeaux daquele ano, contrariando a maioria dos críticos, e foi enfático para que comprassem aqueles vinhos, o que gerou o esvaziamento deles nas prateleiras dos EUA. Isso despertou a atenção de produtores e da mídia especializada, colocando Robert Parker na posição de um dos mais influentes críticos do mundo.

A escala Robert Parker, como ficou conhecida, alterou todo o cenário mercadológico de consulta e compra de vinhos e influenciou enólogos em novos padrões de vinificação a partir de suas avaliações. Desta forma, Parker modificou não apenas os critérios de escolha na compra de um vinho, mas também, indiretamente, direcionou a elaboração de vinhos para que ficassem o mais próximo possível, do seu gosto pessoal, com a finalidade de, a partir de uma critica positiva dele, alavancar as vendas e tornar a vinícola conhecida e reconhecida. Diversos especialistas criticaram (e alguns ainda criticam) duramente as consequências disso, pois tornavam os vinhos padronizados ao gosto de Parker, em detrimento das diversidades étnicas e regionais que são impressas no vinho. A pergunta que fica: - Robert Parker, herói ou vilão?


A escala de avaliação de Parker se inicia com 50 pontos. Conforme se avança na avaliação de acordo com os fatores determinados, o vinho vai ganhando pontos, até o máximo de 100.

 

 São fatores de avaliação:

Cor e aparência: até 5 pontos;

Aroma e bouquet: até 15 pontos;

Sabor: até 20 pontos (considerando equilíbrio, profundidade e persistência);

Qualidade global e potencial de evolução: até 10 pontos.

 

Escala de avaliação e classificação de vinhos de 100 pontos:

96-100 – Extraordinário em uma escala de 100 pontos para vinhos.

90–95 – Excepcional

80–89 – Ligeiramente acima da média a excelente

70–79 – Média

60–69 — Abaixo da média

50–59 – Inaceitável


Levando em consideração os critérios acima, considera-se, grosso modo, o sistema de pontuação da seguinte forma:

 

Abaixo de 70 pontos: indica que o rótulo vai atrair pouco interesse do consumidor exigente, pois alguns elementos avaliados não correspondem a uma configuração mínima de qualidade.

 

De 70 a 79 pontos: vinhos que, embora não sejam experiências memoráveis, apresentam alguma qualidade que faz com q alguma atenção deva ser voltadas a eles. Pontuação entre 70 e 74, indica algum tipo de desequilíbrio no rótulo avaliado;

 

De 80 a 89 pontos: aqui se encontram ótimos vinhos, representando algum destaque dentre os demais

  

De 90 a 100 pontos: Vinhos excepcionais que valem a pena conhecê-los.


Indicação de livro: Robert Parker - O Imperador do Vinho; Editora Campus


*Luís Gustavo Bassani


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